Kim Dotcom, co-fundador do Megaupload, será solto sob fiança pela Justiça da Nova Zelândia. Ele encontrava-se preso há um mês, depois de uma ação policial que desativou o Megaupload, sobre a acusação de ser um terreno livre para a pirataria digital. Dotcom não poderá sair de sua propriedade sem aviso e tem seu acesso à internet completamente restringido.
Segundo o tribunal neozelandês que autorizou a soltura, não há mais o risco de Kim Dotcom fugir do país, uma vez que suas fontes de renda foram definitivamente cortadas pela ação do FBI. De acordo com a decisão, é “altamente improvável” que ele possua recursos financeiros além dos que foram apreendidos. Kim Dotcom já havia feito uma solicitação de liberdade provisória, mas a primeira tentativa havia sido negada pelo tribunal.
Entre as condições para a soltura, está a restrição total de acesso à internet, além de proibição de viagens e de acesso de helicópteros à residência. Qualquer compromisso fora da propriedade deve ser avisado com 24h de antecedência, com exceção de emergências médicas.
Junto com “Dotcom” foram detidos os alemães Mathias Ortmann, de 40 anos e cofundador do Megaupload, e Finn Batato, de 38 anos, responsável técnico do portal, bem como o holandês Bram Van Der Kolk, de 29 anos, chefe de programação.
Desde a operação desencadeada em janeiro passado, que ocasionou a prisão de Dotcom, os advogados do fundador do Megaupload pediram em três oportunidades a liberdade condicional, mas foi negada sob alegação de que havia risco de fulga, enquanto Ortmann, Batato e Kolk conseguiram o benefício.
Os advogados de Kim Dotcom criticaram a proibição de acessar a internet, que consideram irreal e excessiva. Alheio a isso, o próprio Kim Dotcom deu uma breve declaração, onde disse estar “aliviado” por sair da prisão e ansioso para ver a esposa e filhos. O co-fundador do Megaupload terá de encarar uma audiência, ainda sem data definida, para decidir sobre sua possível extradição aos EUA. A data da audiência depende do envio de documentos pela Justiça norte-americana, o que ainda não ocorreu. O prazo final para essa remessa é o próximo dia 02 de março.
A ação pelo fechamento do Megaupload foi encaminhada pela Universal Music, que alegava estar tendo prejuízos milionários com o compartilhamento ilegal, por meio do serviço de arquivamento online, de conteúdo protegido por copyright. O FBI calcula que o Megaupload causou até US$ 500 milhões em prejuízos para as indústrias fonográfica e cinematográfica. Ainda que não sejam sites de compartilhamento de conteúdos protegidos, domínios como o Megaupload podem ser utilizados para esse fim de forma anônima.
Em resposta à ação, integrantes do grupo Anonymous promoveram um ataque maciço por meio da internet, derrubando vários sites da indústria do entretenimento e tirando até mesmo a página do FBI do ar.
O alemão preso na Nova Zelândia era conhecido como o homem mais rico do país, colecionador de carrões - é dono de 15 Mercedes, um Rolls-Royce, uma Masseratti e uma Lambourghini.
Nascido na cidade de Kiel, Alemanha, Dotcom, 37 anos, ganhou fama na década de noventa depois de desenvolver um sistema que permitiu o acesso à internet diretamente de carros. Na época, era dono de uma firma de segurança informática e a vendeu logo depois do lançamento da tecnologia.
E foi aí que este alemão bonachão começou a engordar o cofrinho e a se envolver em negócios mais polêmicos. Antes de se aventurar na fundação do Megaupload em 2005, Dotcom foi condenado pela justiça alemã por crimes de fraude, apropriação indébita e insider trading.
Um exemplo do seu estilo de vida é o presente de réveillon que deu aos moradores de Auckland, uma das maiores cidades da Nova Zelândia. Ele doou 500 mil dólares neozelandeses para a compra de fogos de artifício (vídeo abaixo), num show de virada de ano que durou mais de dez minutos.
Fonte: FastCompany
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