Banda larga popular ameaça progresso na infraestrutura da internet no Brasil


Por: Daniel Braz

O que deveria vir para melhorar, só vem para piorar a situação, a tão esperada banda larga do governo pretende lotear pacotes como fazem as operadoras 3G, e o que é mais revoltante, vai disponibilizar para o público um pacote que hoje em termos de comparação equivale a um plano de Smartfone da TIM, por exemplo, que disponibiliza um limite de 300MB mensais de download para os usuários, quer dizer que o internauta terá a “liberdade” de baixar cerca de 70 músicas ou dois vídeos com 30 minutos cada, aproximadamente, caso o usuário exceda esse total, será preciso pagar mais ou terá sua velocidade de conexão reduzida até o mês seguinte. É brincadeira o que esses tecnocratas incompetentes estão fazendo com a internet brasileira, a coisa ao invés de melhorar, só piora.

A Oi, por exemplo, está oferecendo planos de 1mbps de velocidade com download “ilimitado mesmo”, a 29,90 por mês, só que ela esquece de mencionar que você é obrigado a pagar por uma assinatura de linha telefônica em torno de R$ 67,00 ao mês, por outro lado a telefônica de São Paulo, oferece o mesmo plano a 29,80 com download limitado a 10GB por mês. 

É como dar ideias aos bandidos que comandam as Teles, com um plano que custa R$ 4,00  a mais para o internauta, (o governo pretende cobrar R$ 35,00 a mensalidade) a diferença entre a empresa e o plano do governo é de 10 vezes a mais do que aquilo que foi estipulado para o Projeto. Agora a pergunta que não quer calar é: Como é que algo que já é ruim com as teles, vai ficar melhor, se a infraestrutura a ser utilizada pelo PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) vai ser a mesma infraestrutura das empresas de telecomunicações que prestam esse serviço ruim? O certo seria privatizar o PNBL e implantá-lo com uma nova infraestrutura de fibra óptica e colocar a ANATEL para fiscalizar e não fazer vista grossa como tem feito com as demais operadoras de telefonia do país, caso contrário, vai acontecer com a internet brasileira o que acontece hoje com a maioria dos nossos aeroportos, ou seja, CAOS.

Tudo isso é uma questão de infraestrutura e oferta e demanda, ou seja, a infraestrutura das Teles não tem capacidade para abarcar a demanda de usuários e ao mesmo tempo manter uma velocidade condizente com a contratada e quanto mais elas loteiam os pacotes melhor para elas e pior ainda para o usuário que fica limitado no mundo de informação e entretenimento que é hoje a internet moderna, onde vídeos, músicas e até filmes são uma realidade on-line que não condiz com a realidade de infraestrutura e oferta de pacotes da internet brasileira, por exemplo, se você passa 40 min assistindo vídeos no Youtube, teoricamente você já teria esgotado a franquia de 300MB de download que o governo pretende oferecer por mês, TV On line nem pensar!

O pior de tudo é que, se as operadoras começarem a lotear seus pacotes como já fazem com a 3G, aí todos nós sairemos perdendo com uma internet “ilimitada” com limite de velocidade ou de download. Na Coreia do Sul, para se ter ideia, a SK Telecom oferece a 100% dos domicílios internet com velocidade média de 100 MB, isso mesmo 100 MB de velocidade com download ilimitado a US$ 30,00 dólares por mês, isso sim é BANDA LARGA. Um plano com essa velocidade na Oi, segundo eles dizem, custa R$ 529,90. A exemplo da educação, a banda larga no Brasil é uma vergonha nacional. Que venham os Sul Coreanos.

Não é em todo lugar

Apesar de ser um plano “Nacional”, a Banda Larga Popular não será disponibilizada em todos os locais daqui a 90 dias. Confira os estados que já tem cidades contempladas pelo plano:

    Alagoas
    Bahia
    Ceará
    Espírito Santo
    Goiás
    Maranhão
    Minas Gerais
    Paraíba
    Pernambuco
    Piauí
    Rio de Janeiro
    Rio Grande do Norte
    Sergipe
    São Paulo
    Tocantins

Mesmo nos estados que já terão o PNBL, não serão todas as cidades que terão suporte ao plano de 35 reais. As ofertas para outras cidades serão, novamente, dependentes dos investimentos em fibra ótica das empresas de telecomunicação.

No lançamento do programa, apenas 100 cidades terão suporte à Banda Larga Popular, somando os 14 milhões previstos pelo governo.

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Veja o que diz a comentarista de tecnologia Daniela Braun, da rádio CBN.








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